Na exposição “Problemas do Primitivismo – a partir de Portugal”, de 18 de maio a 17 de novembro, 2024 · Centro Internacional das Artes José de Guimarães-CIAJG, as curadoras Marta Mestre e Mariana Pinto dos Santos integraram, num dos núcleos, vasta documentação das três exposições organizadas em 1946, 1961e 1964 por Ernesto de Sousa, assim como esculturas dos artistas naïf Rosa Ramalho, Franklim Vilas-Boas Neto e Quintino Vilas Boas Neto, artistas apresentados nesta última exposição.
Essa primeira exposição do género em Portugal, de Ernesto de Sousa em colaboração com Diogo de Macedo, em 1946, acompanhou a Semana de Arte Negra na Escola Superior Colonial em Lisboa, e foi lido um texto de E.S. denunciando o colonialismo. Foram expostas, numa perspectiva comparativa, esculturas de Angola, Moçambique e Guiné, assim como originais de Amadeo de Souza-Cardoso, Almada Negreiros e Modigliani, e reproduções de Matisse e Picasso. A propósito desta exposição conheceu Almada Negreiros. Apresenta o texto da conferência “A escultura negra e a escola de Paris”, que foi lida por Maria do Carmo Anta devido a problemas com a censura.
A segunda "Exposição de Arte Africana” realizou-se em 1961, no âmbito da Semana de Arte e Folclore Africano, no Clube Universitário de Jazz, em Lisboa.
Em 1964, Ernesto de Sousa comisariou a exposição “4 Artistas Populares do Norte”, integrada no ciclo de Etnologia e Cultura Popular organizado pelas Secções Culturais das Associações de Estudantes. Com obras de Mistério, Rosa Ramalho, Quintino Vilas Boas Neto e Franklin Vilas Boas.
No âmbito deste ciclo, Ernesto de Sousa apresentou o texto Barristas e Imaginários.
Foi publicada uma crítica de Celso Martins no semanário Expresso, atribuindo 5 estrelas a esta exposição em Guimarães.