Projectos

Nós Não Estamos Algures

Mixed-media, ou exercício de comunicação poética, 1969.
Inclui projecções de diapositivos (preto e branco, e cor) e de filme (Super 8; preto e branco, e cor; sem som), envolvimentos, acções, interpretação de poemas, improvisação musical, reprodução de música e de textos gravados. Duração variável. 

Apresentado no Clube de Teatro 1º Acto, Algés, Dezembro de 1969.


Realizam-se cartazes que devem ser completados pelo utente, objectos escultóricos a que o visitante das exposições dará uma forma variável, e os teatros misturam o actor e o espectador, incitando este a participar no espectáculo. (...) Pretendemos um trabalho coral, pretendemos analisar laboratorialmente, em profundidade e extensão, as vias de convívio enriquecedor. Pretendemos destruir a solidão individual –  aquela exactamente, que o espectador de teatro reencontra depois de ter aplaudido os actores de um qualquer espectaculo normal. Por isso o nosso exercício não acaba, ou se quiserem acaba todas as noites não em aplausos mas numa ceia, através da qual, e na vida em seguida, se pretende continuar um convívio e uma comunicação sempre diversa.

Ernesto de Sousa, "Um Exercício de Comunicação Poética", Vida Mundial, n.º 1588, 14 de Novembro de 1969.


O guião deste mixed-media segue a estrutura da Invenção do Dia Claro de Almada Negreiros. Parte deste exercício foi filmado para ser integrado em Almada, Um Nome de Guerra.
 

Guião e direcção de Ernesto de Sousa.
Composição e direcção musical de Jorge Peixinho com participação dos músicos António Silva, Helena Cláudio e Clotilde Rosa.
Poemas de Almada Negreiros, Mário Cesariny, Herberto Helder e Luiza Neto Jorge, interpretados por António Borga, João Luís Gomes, Madalena Pestana e Pena Viçoso.
Apoio técnico e participação de sócios do Clube de Teatro 1º Acto (Francisco Madeira Luís, José Luís Madeira e José Torres) e de membros da Oficina Experimental (Carlos Gentil-Homem, Filomena Fernandes, Isabel Alves, Manuel Torres, Maria Manuel Torres, Marilyn Reynolds, Peter Rubin e Teresa Pacheco Pereira).
Filmes Happy People e Havia um Homem que Corria, de Ernesto de Sousa e Carlos Gentil-Homem, de 1968.
Diapositivos de Ernesto de Sousa e Carlos Gentil-Homem.
Iluminação por Fernando Calhau.
Cartazes de Fernando Calhau e Carlos Gentil-Homem.