Bolsa atribuída a Rafael Toral pelo projecto Electrical Guitarmedia Perception
Menções Honrosas: Daniel Blaufuks e Nuno Rebelo
Júri: Phill Niblock, Paul Panhuysen, Manuel Costa Cabral, Rui Eduardo Paes, António Cerveira Pinto e Isabel Alves
Electrical Guitarmedia Perception
Performance intermédia que utiliza guitarra com electrónica, osciloscópio, vídeo, células fotoeléctricas, meios de gravação e filtros dinâmicos. Propõe-se que as alterações tímbricas dos sons possam ser observadas em monitores de vídeo (exibindo a leitura pelos osciloscópios das ondas áudio) e que as variações de intensidade da luz tenham efeito sobre o tecido sonoro (usando filtros activados por circuitos fotossensíveis), de modo a que todos os eventos se manifestem em simultâneo nas esferas de percepção visual e auditiva, num ambiente imersivo. A apresentação do projecto conta com a colaboração de Ben Manley que efectua o processamento de sinal com dois velhos computadores Apple modificados por meio de linhas de programação em texto. Naturalmente, isto não é um fim em si. O que está realmente a ser feito é um mergulho na poesia da electricidade.
Biography
Rafael Toral (Lisboa, 1967) é um performer de música e compositor, activo desde 1984. Trabalhando profusamente com guitarra eléctrica e electrónica, criou uma mistura de música ambiente, liquid-rock e contemporânea, tendo gravado discos como Wave Field e Violence of Discovery and Calm of Acceptance, hoje reconhecidos como obras-primas do seu género.
No início da década de 2000, decidiu começar algo novo e tão diferente quanto possível da fase anterior. Em 2004, lançou Space Program, um ambicioso projecto a longo prazo que explorava uma abordagem à música electrónica baseada no silêncio, através de tomadas de decisão e do gesto físico, de alguma forma inspirado no post-free jazz. O resultado foi uma música "melódica sem notas, rítimica sem batida, familiar mas estranha, meticulosa mas radicalmente livre – envolta em paradoxo mas cheia de claridade e espaço", ou como também foi descrita "um tipo de música electrónica muito mais visceral e emotiva que aquela dos seus pares cerebrais".
Toral colaborou com muitos músicos incluindo Jim O'Rourke, Sei Miguel, Evan Parker, Tatsuya Nakatani, Chris Corsano, Manuel Mota, Alvin Lucier, Phill Niblock, Christian Marclay, Sonic Youth, Rhys Chatham e Lee Ranaldo. Desde 1998 que é membro da orquestra electrónica MIMEO, juntamente com Keith Rowe, Marcus Schmickler, Christian Fennesz e Peter Rehberg, entre outros. Desde 2008, dirige o Space Collective, uma orquestra que se vai formando lentamente. Já em 2012, apercebeu-se, num momento de viragem de consciência, que o desenvolvimento pessoal, a evolução da cultura e do universo estão intimamente conectados. E que cada ser humano é intrinsecamente responsável pelo seu avanço, através da criação consciente do futuro.
Rafael Toral actuou um pouco por toda a Europa, Canadá, U.S.A., México, Coreia do Sul, Japão, Nova Zelândia e Austrália.