Bolsa atribuída a David Maranha pelo projecto Ópera para Quatro Vozes Confinada entre Dois Diafragmas
Menção Honrosa: Helder Luís
Júri: Phill Niblock, Barbara Held, Manuel Costa Cabral, Rui Eduardo Paes, Emanuel Dimas Pimenta e Isabel Alves
Ópera para Quatro Vozes Confinada entre Dois Diafragmas
Quatro toros em madeira de castanho são dispostos paralelamente no chão. Cada toro tem quatro perfurações, quatro compartimentos que contêm um diafragma vibrátil (woofer) e um diafragma em látex.
Na face superior, a madeira tem escavados quatro pequenos sulco preenchidos com água. A cada som emitido pelo woofer, e como resposta às ondas de compressão que este produz, corresponde um movimento ondulatório na superfície da água.
A cada toro corresponde uma de quatro vozes pré-gravadas, controladas pelo intérprete através de uma mesa de mistura. Cada voz emite uma nota sussurrada (em volume muito baixo) que se repete ciclicamente.
O intervalo entre duas notas tem duração suficiente para que se restabeleça, na ausência de vibração, o repouso na superfície da água.
A iluminação é feita com recurso a quatro projectores de diapositivos colocados no tecto e orientados para os pontos de água. Através da sua reflexão, fica visível no tecto a esteira provocada na superfície da água pela vibração do diafragma.
Biografia
David Maranha (Figueira da Foz, 1969) é arquitecto e artista intermédia. Foi fundador do grupo Osso Exótico, constituído na década de 80 por André Maranha, David Maranha, Bernardo Devlin e António Forte, formação que hoje inclui Francisco Tropa e Patrícia Machás.
A sua longa lista de colaborações inclui músicos como Z’EV, Emmanuel Holterbach, Helena Espvall, Phill Niblock, David Grubbs, Richard Youngs, Akio Suzuki, Will Guthrie, Andrea Belfi, Jochen Arbeit (einstürzende neubauten), Minit, DavidThomas (Pere Ubu), Phill Minton, Pete Simonelli, David Daniell, Arnold Dreyblatt, Jacob Kirkegaard, Carla Bozulich, Simon James Phillips, Chris Cutler, BJ Nilsen, Werner Durand, Robert Rutman, Ben Frost e Helge Sten.
Da sua obra de escultura e instalação destacam-se Tríptico, com Manuel Mota, (Appleton Square, 2012); knell dobre glas (Galeria Quadrado Azul, 2012); Pergelissolo (Künstlerhaus Bethanien e Avenida 211, 2013); Penumbra (Tuned City Festival, 2013) e Prefiguração geográfica (Sismógrafo e Appleton Square, 2014).
Como arquitecto tem projectado edifícios públicos como museus, escolas, hospitais, lares e cemitérios.