Bolsa Ernesto de Sousa

2008

Still de O Concílio, 2008.
Still from O Concílio, 2008.

Bolsa atribuída a Francisco Janes pelo projecto O Concílio
Júri: Phill Niblock, Thomas Ankersmidt, Manuel Costa Cabral, Rui Eduardo Paes, Emanuel Dimas Pimenta, Margarida Garcia e Isabel Alves

 

O Concílio

Este projecto audiovisual tem como foco a Serra da Estrela. Explora fronteiras dentro desta geografia recorrendo às ideias de lugar, especificidade e tensão enquanto cadeias subjectivas e incorpóreas de observações, uma experiência que se desenvolve nas coordenadas de uma percepção fenomenológica. 

A peça centra-se nas relações entre o tempo e o movimento, entre vestígios e imagens sem marca (segundo o conceito filosófico de José Gil de “imagem-nua”); investiga o surgimento de pequenas percepções, questões de duração e atenção e de ilusões visuais de escala e forma por via de oscilações entre som e imagem.

Comporta uma tripla projecção vídeo e uma peça de som stereo elaborada a partir da manipulação de som gravado, quer som de câmara como som produzido pelo vento em fios na montanha. A instalação tem uma duração total de sessenta minutos, em loops de vinte minutos cada. No espaço preparado uma estrutura invariável de significantes colide com um alinhamento contingente de elementos cinemáticos, compreendidos como uma situação de duração indeterminada.


Biografia

Francisco Janes (Lisboa, 1981) viveu e trabalhou em Lisboa, Nova Iorque, Los Angeles e Vilnius. Estudou Literatura Moderna na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Concluiu, em 2007, o curso avançado de Fotografia da Ar.Co., a par de um programa de estudos independentes com Nuno Faria. Graduou-se no Mestrado em Filme e Vídeo da CalArts, em 2012, onde trabalhou com James Benning e Charles Gaines. O seu trabalho tem sido apresentado regularmente, desde 2006, em galerias, museus e espaços não-institucionais na Europa, nos Estados-Unidos e na Ásia.
Tem-se focado na cisão entre o humano e a natureza através de lugares, ideias ou formas-de-estar insulares ou mesmo utópicas. A sua actividade envolve filme, som e instalação em relação com a percepção e os mecanismos fenomenológicos da consciência. Através da montagem, tanto nos espaços como no cinema, da perspectiva incorpórea dos documentos, propõe formas de entendimento baseadas na experiência.