Bolsa Ernesto de Sousa

1999

PARALLAX # 3.5., Festival Nouvellum, Toulouse, 2003.
PARALLAX # 3.5., Festival Nouvellum, Toulouse, 2003.

Bolsa atribuída a Adriana Sá pelo projecto Laboratório de Sensações 3
Júri: Phill Niblock, Rui Eduardo Paes, Emanuel Dimas Pimenta, Jens Brand, Delfim Sardo e Isabel Alves 


Laboratório de Sensações 3

A performer encontra-se dentro de um cubo de tecido preto no meio da sala e do público; seis colunas de som criam uma potente fisicalidade sonora, imersiva. No espaço totalmente escuro a sua silhueta surge ocasionalmente, em flashes estroboscópicos. Juntamente com uma lâmpada néon, estes flashes modelam, através de sensores de luz, o som proveniente de um computador portátil e de um gerador áudio. A profusão de estímulos sensoriais compete com a linearidade de um discurso sobre arte. Tecnicamente, o espectador poderia entender todas as palavras, mas a densidade de sensações não permite uma atenção continuada. Acaba-se por imaginar, tomando o imaginado por aquilo que foi dito. E duvida-se. E aceita-se que só podemos perceber as coisas através de janelas sobre a realidade.


Biografia

Adriana Sá (Lisboa, 1972) é artista transdisciplinar, performer e música/compositora. Depois de uma formação em Música e Belas-Artes, em 1995, começou a utilizar sensores para explorar música ligada a luz, arquitectura, movimento, meteorologia e software 3D. No seu percurso criativo foi desenvolvendo uma instrumentação própria que conjuga elementos acústicos, digitais e analógicos, alguns de escala arquitectónica.
Desde 1998, o seu trabalho artístico foi apresentado no Teatro Rivoli, Fundação Calouste Gulbenkian, Culturgest e Serralves, em Portugal; Eyebeam, Experimental Intermedia Foundation e PS1/MoMa, nos Estados Unidos; Arteleku, em Espanha; Institute of Contemporary Arts, no Reino Unido e Aomori Contemporary Art Center, no Japão.
Em 2015, conclui o doutoramento prático-teórico em Arts and Computational Technologies na Goldsmiths University, em Londres.
É autora de publicações científicas onde aborda a experiência artística com recurso à neurologia e à psicologia experimental, de que é exemplo o artigo "How an Audio-Visual Instrument Can Foster the Sonic Experience", publicado pelo MIT, em 2013.

http://adrianasa.org