Bibliografia

Ouve-me, Sente-me, Vê-me

Helena Almeida, Lisboa, Cooperativa Diferença
Novembro de 1979

Republicado no catálogo da exposição de Helena Almeida na Galeria Valentim de Carvalho, Lisboa, 1990.


O ano 2120 será a data dos terramotos e das erupções vulcânicas. É uma probabilidade científica, arriscadamente calculada. Elevado número de cidades e grande parte da vida organizada terão a sorte pretérita de Agadir, ou San Francisco, Lisboa, Pompeia...

Catástrofe. Desvio. Revolução.

Ouve-me Gradiva, tu que dás um passo em frente.
Ouve-me Olympia, e continua o teu delicioso e perfeito canto mecânico.

Amigo.

OUVE-ME.

A língua, o poder correm paralelos. Na ausência de centros ou de origem a língua é uma prisão (a estética e a ideologia também). Sistema modelizante primário: como sair da língua? Como inventar as palavras em liberdade?

Sente-me Gradiva, Olympia, Princesa de Portugal.

Amigo.

SENTE-ME.

A verdade é o Outro. Não o outro que de mim sai como um rio
mas o Outro, absolutamente. Que nem posso pensá-lo...
vê-me, esta súplica para lá dos túmulos e dos abalos da terra.

Amigo: Gradiva, Olympia, Princesa de Portugal, Rose Sélavy.

VÊ-ME.